quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Fabaceae - Macropsychanthus grandiflorus (Mart. ex Benth.) L.P. Queiroz & Snak

Estandarte orbicular reflexo, calos ou guia de néctar base amarelo, alas orbiculares com ápice levemente falcado (f. 1) 
Folhas com pecíolo longo, pseudorracemo congesto (f. 2)
Hábito liana sobre um inselbergue (f. 3)
 Gena apical e estípulas triangulares (f. 4)
 Brácteas lineares (f. 5)
 Brácteas vilosas, botões jovens (f. 6)
 Fruto jovem (f. 7)
 Ala oblata (f. 8)
 Quilha unida (f. 9)
 Tubo estaminal pseudomonadelfo (f. 10)
Folha trifoliolada, nervuras retas impressas (f. 11)
 Alas bem abertas (f. 12)
 Pseudorracemo (f. 13)
 Cálice campanulado, lacínios falcados, pétalas lilás (f. 14)

Bractéolas (f. 15)
 
 Fruto legume (f. 16) 
 Legume seco (f. 17)
Semente (f .18)
Semente orbicular, testa dura (f. 19) 
Hilo horizontal (f. 20)

Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae, Macropsychanthus Harms ex K. Schum. & Lauterb. 47 espécies (W3tropicos 2021)

No Brasil ocorrem 26 espécies das quais 12 são endêmicas (Queiroz; Snak 2021).

Liana volúvel, ramo cilíndrico, tricoma presente, inerme. Estípulas basifixas ou medifixa. Filotaxia alterna-espiralada. Folha trifoliolada, folíolos obovados, elípticos, ovados, ápice agudo, margem inteira, base assimétrica, face adaxial tricoma presente ou ausente, face adaxial com tricoma, raque menor que o pecíolo. Inflorescência axilar, pseudorracemo, brácteas inconspícuas. Flor pedicelada ou séssil, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice tubuloso, lobos 5; corola papilionácea, pétalas dialipétalas, estandarte reflexo ou não, alas livres, quilha adnata, as vezes cocleada. androceu monadelfo, anteras dimórficas; gineceu unicarpelar, unilocular, ovário séssil, pluriovulados.  Legume típico, linear, plano, margem reta ou ondulada, valvas lenhosas, rufas. Sementes numerosas, testa lisa, hilo linear.

Macropsychanthus grandiflorus (Mart. ex Benth.) L.P. Queiroz & Snak, PhytoKeys 164: 96. 2020.

Sinônimo: Dioclea grandiflora Mart. ex Benth., Commentationes de Leguminosarum Generibus 68–69. 1837.

Lianas, caule cilíndrico, inerme, cinza; ramos tomentosos, rufos. Folhas compostas, trifolioladas; folíolos basais ovado-oblongo, ápice levemente cuspidado, margem inteira, base truncada, folíolo apical, ovado, ápice levemente cuspidado, margem inteira, base aguda-obtusa; face adaxial e abaxial tomentosa-vilosa, nervuras evidentes na face abaxial, coriáceo, raque curta. Inflorescência axilar, racemos longos. Brácteas lineares, caducas, vilosas. Botão clavado-falcado, violeta. Flor subséssil, papilionácea, monoica e perfumada. Bractéola 2, ovada. Cálice campanulado, dentes 5, estreitamente-triangulares; corola 5, pétalas unguiculadas, lilás; estandarte reflexo, com calos amarelos no ápice da unguicula; alas oblatas; quilha unida; androceu pseudomonadelfo, branco, estames 10, parte livre muito curta; gineceu séssil, ovário pluriovulado, tomentoso. Fruto legume, plano, tomentoso, oblongo-curvado. Sementes 2-6, orbicular, plana, lisa, com hilo horizontal, marrom, testa muito dura.


Esta espécie é facilmente reconhecida pelo fruto e por suas sementes.

Espécie próxima de M. violaceus pela ausência de tricoma nos folíolos nesta e presença em M. grandiflorus.

Esta espécie pode ser encontrada no Cariri e no Sertão paraibano, foi fotografada em Camalaú - PB.

Nome popular: mucunã

EtimologiaMacropsychanthus macro: grande, Psyca: borboleta anthus: flor. Referente as flores grandes semelhantes a borboletas.

Facilmente encontrada em afloramentos rochosos.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz - tiradas no sítio Serrinha do Canto, Serrinha dos Pintos, RN - Brasil.

Referências

-Andrade-Lima, D. de. 1989. Plantas das caatingas. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências,.243p.

-Barroso, G.M. Sistemática de Angiospermas do Brasil. UFV. Viçosa. 1991. 377p. v2.

-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461.

-Ducke, W.A.1922. Archivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 3: 169–170.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Lima, J.R. & Mansano, V.F. (2011) A família Leguminosae na Serra de Baturité, Ceará, uma área de Floresta Atlântica no semiárido brasileiro. Rodriguésia 62: 563–613.

-Maia-Silva, C.; Silva, C. I.; Hrncir M.; Queiroz, R. T. de; Imperatrizfonseca, V. L. Guia de Plantas Visitadas por Abelhas. 1ª ed. Fortaleza: Editora Fundação, 2012. 191 p.

-Nascimento, J.B.S., A.L.S. Sales, e E.B. Souza. 2020. “Potencial de uso de leguminosas emuma área de mata atlântica na APA da bica do Ipu, Ceará.” Em Agricultura e desenvolvimento tecnológico no semiárido Publisher: Proex uva, por UVA, 215-230. Sobral: Proex-UVA. 

- Queiroz, L.P.; Snak, C. Macropsychanthus in Flora do Brasil 2020 under construction. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB617024>. Accessed on: 19 Feb. 2021

-Queiroz, L. P. & C. Snak. 2020. Revisiting the taxonomy of Dioclea and related genera (Leguminosae, Papilionoideae), with new generic circumscriptions. PhytoKeys 164: 67–114.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.
-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.



Exsicatas








Nenhum comentário:

Postar um comentário